domingo, 1 de fevereiro de 2009

FARNACES II (63-47 a.C.)

Farnaces II do Ponto (97 a.C.- 47 a.C.) era filho bastardo de Mitrídates VI Eupator, a quem sucedeu no governo do Reino do Ponto e do Bósforo. Ele foi elevado como sucessor de seu pai e tratado com distinção. Contudo, sabe-se pouco da sua juventude. Graças às campanhas que levou a cabo junto com seu pai contra a República Romana conseguiu grandes conhecimentos sobre as legiões, pois o romano rebelde, Quinto Sertório, da Hispânia, aliado de seu pai, enviou um grupo de centuriões para treinar as tropas do Ponto como as legiões romanas. Quando Mitrídates VI foi vencido por Pompeu, Farnaces regia um reino próximo do reino do Bósforo. Mitrídates desejava a guerra com os romanos mais uma vez, mas Farnaces procurou ser mais pragmático e assim começou uma conspiração para retirar o seu pai do poder. Porém, os seus planos foram descobertos, mas o exército, não desejando lutar contra Pompeu ( imagem ao lado) e suas legiões, apoiou Farnaces. Eles marcharam contra Mitrídates e forçaram o seu antigo rei a tirar sua própria vida. Farnaces rapidamente enviou uma embaixada a Pompeu com ofertas de submissão e reféns, já que ele desejava assegurar a sua posição. Ele também enviou o corpo do seu pai deixando-o à disposição de Pompeu, o qual permitiu o sepultamento do Grande Rei no mausoléu real de Sinope. Pompeu prontamente aceitou a “amizade” de Farnaces, já que ele desejava estar de volta a Roma o mais rápido possível, mas assegurando-se de que tinha feito a paz na região. Pompeu concedeu a Farnaces o Reino do Bósforo e reconheceu-o como amigo e aliado de Roma. O Reino do Ponto foi anexado progressivamente por Roma. A metade ocidental foi anexada primeiro à província da Bitínia, formando a dupla província do Ponto e Bitínia. A metade oriental foi entregue ao rei gálata Dejotaros. No entanto, Farnaces seguiu seu singelo reinado examinando as lutas de poder crescentes entre os Romanos (César X Pompeu) visando recriar o reino de seu pai. Ele atacou e subjugou sem motivos a cidade de Fanagória no Bósforo ( que nas guerras de seu pai era aliada dos romanos), violando um dos seus acordos com Pompeu. Em 49 a.C., Farnaces aproveita a guerra civil entre os romanos e decide agarrar a oportunidade de se fazer soberano de Cólquis e da Armênia Menor na Galácia. Dejotaro, o rei da Galácia, apelou para Domício Calvino, o tenente de Júlio César ( imagem ao lado) na Ásia, para ajudá-lo, e logo as forças romanas enfrentam Farnaces. Eles encontraram-se em Nicópolis na Anatólia; Farnaces enfrenta rapidamente as forças romanas provinciais, obtendo a vitória. Confiado nisto, invade o resto dos territórios do antigo reino de seu pai e parte da Capadócia. Depois desta demonstração de força contra os romanos, Farnaces recuou para suprimir revoltas nas suas novas conquistas. Após a derrota das forças egípcias anti-Roma na Batalha do Nilo (47 a.C.), César deixou o Egito e viajou pela Síria, Cilícia e Capadócia para combater Farnaces que supostamente havia cometido várias atrocidades contra cidadãos romanos.
Abaixo, o itinerário de César ao Egito e do Egito ao Ponto.

Ele reuniu as suas tropas entre as guarnições das províncias asiáticas que Roma detinha. No início, reconhecendo a ameaça, Farnaces fez ofertas de submissão com o único objetivo de ganhar tempo até que a atenção de César caísse em outro lugar; mas a velocidade de César trouxe a guerra rapidamente. César reuniu homens da VI Legião, XXII Legião, Legião Pontines, XXXVI Legião formando cerca de 1.000 homens e um pequeno contingente de cavalaria. Farnaces possuía cerca de 20 000 guerreiros e a batalha realizou-se perto de Zela (atual Zile na Turquia), onde Farnaces foi derrotado e só conseguiu escapar por causa de um descuido da cavalaria romana. A campanha de Júlio César de cinco dias contra Farnaces foi tão rápida e completa que ele a comemorou com a agora famosa frase latina escrita a Amâncio em Roma: Veni, vidi, vici ("Vim, vi, venci"). Abaixo, o reino de Farnaces II na época da batalha de Zela.

Farnaces fugiu rapidamente para o Bósforo, onde ele conseguiu reunir uma pequena força de Citas e Sármatas, com a qual ele foi capaz de ganhar o controle de algumas cidades. Contudo, Asandro , genro de Farnaces casado com sua filha Dínamis e um antigo governador do Bósforo, traiu-o e atacou as suas forças e matou-o. O Ponto foi mais uma vez dividido entre a Bitínia e a Galácia. O historiador Apiano afirma que Farnaces morreu em batalha; Dio Cássio diz que ele foi capturado e logo morto. Farnaces tinha aproximadamente cinqüenta anos quando morreu, e tinha reinado durante quase dezesseis anos. Ele teve vários filhos, um dos quais, Dario do Ponto, que foi feito o rei-cliente de Roma durante um tempo curto (39-37 a.C.) por Marco Antonio, triúnviro romano. A filha de Farnaces, Dínamis, primeiro casou-se com o general Asandro que o traiu, e de quem ela teve um filho Tibério Júlio Aspurgo. O destino da casa real do Ponto ficou ligado ao Bósforo. Posteriromente, Dínamis casou-se com o Rei Polemon I do Ponto. Sua outra filha, Fanizan, deu nome a uma cidade que hoje é a cidade de Fatsa na Turquia.
A luta de Farnaces foi a última tentativa de erguimento de um reino do Ponto forte e independente de Roma.

FONTE: Wikipédia. Versões em portugês, espanhol e inglês.

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